Não há mais escolha. Laranja Mecânica.

 

Esse filme possui cenas fortes e violência explícita. Não é recomendado para menores de 18 anos.

“Bondade é algo que vem de dentro, é algo que se escolhe. Quando uma pessoa não pode mais escolher, ela deixa de ser uma pessoa”

O que somos nós sem o nosso poder de escolha? A todo momento, em nossas vidas, fazemos escolhas e arcamos com suas consequências, sendo elas boas ou ruins. Apesar de tudo, somos de certa maneira, livres para fazê-las. E quando esse direito nos é privado?

Não digo privado por uma lei ou qualquer outro tipo de bloqueio externo. Me refiro a um bloqueio interno, um bloqueio mental, uma lavagem cerebral. Um tipo de tratamento que não nos permitiria tomar certas atitudes, mesmo se quiséssemos tomá-las. Assim que pensássemos em comete-las, um bloqueio mental viria na hora. Você perdeu seu direito de escolha, perdeu sua humanidade, se tornou uma máquina, uma Laranja Mecânica.

A violência chegou a níveis tão drásticos que, para tentar contê-la, cura-la, erradica-la, o governo tomou uma atitude tão drástica quanto. Essa atitude se chama Tratamento Ludovico.

Dirigido por Stanley Kubrick, um dos maiores diretores da história do cinema, que possui em seu currículo: 2001 Uma Odisseia no Espaço, O Iluminado, Lolita e Nascido para Matar, Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) é um filme de ficção, baseado no livro de Anthony Burgess, lançado em 1971. O filme foi censurado em vários países devido às suas cenas fortes e de violência explícita. Seu elenco conta com Malcolm McDowell, como Alex DeLarge, Patrick Magee, como Sr. Alexander, Michael Bates, como Chefe da Guarda Barnes e Warren Clarke, como Dim.

Em um futuro distópico, a violência chegou a níveis alarmantes em Londres. Gangues que se drogam para praticarem atos de violência, como espancamentos, roubos, estupros, estão por todos os lados. Era assim que essas gangues se divertiam e isso se tornou algum comum. Alex é um jovem, líder de uma gangue de quatro membros, ele e seus “drugues”, Pete, George e Dim. Todas as noites eles saem para praticarem seus atos de, como eles dizem, ultra violência.

Em uma dessas saídas, Alex acaba sendo deixado por seus “drugues” e é pego pela polícia. Acusado de ter matado uma de suas vítimas, ele vai para a cadeia. Lá ele descobre uma maneira de sair. Após ter ficado dois anos em cárcere, ele se torna voluntário de um experimento científico chamado “Tratamento Ludovico”. O tratamento promete tirá-lo da cadeia em duas semanas, ou seja, nesse curto período ele estaria “curado” de sua maldade, estaria pronto para voltar à sociedade, isso que os cientistas pensavam. Alex mal sabia o que esse tratamento faria com ele.

Alex e sua gangue usam um dialeto chamado Nadsat, que são gírias inventadas pelo escritor do livro, Anthony Burgess, uma mistura de Russo com Inglês. O livro até possui um glossário de quatro páginas inteiras, cheias dessas gírias. Assim sua linguagem nunca ficaria, digamos, ultrapassada.

Laranja Mecânica é considerado um clássico do cinema. Com um tema forte, um roteiro bem adaptado, uma história bem construída e uma ótima trilha sonora. Tudo isso ainda regido por Kubrick, não podia ser diferente. Um filme profundo, intrigante, chocante, incrível. Recomendo!

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