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adstera

jeudi 11 juin 2015

Uma pergunta, amor


Um dia a gente vai olhar pra trás. Pode ser daqui a 40, 50 anos, ou mesmo amanhã. Pode ser que já tenhamos vivido uma vida quase inteira, ou pode ser no próximo segundo. O fato é que uma hora ou outra vamos nos voltar para os rastros dos nossos sapatos velhos. Não precisamos estar velhinhos para que uma quantidade razoável de tesouros nos pareçam acumulados. A beleza das coisas é descrita em detalhes. Por isso não precisamos marcar datas ou promessas para endeusar tal evento. Quando der vontade é só virar. E quando virarmos, não nos esqueçamos de deixar o corpo livre para os arrepios chegarem. Talvez comece a tocar um vinil do Frank Sinatra. Apenas sorria. Sim! Aquele sorriso... Talvez um gosto de chuva suba à boca. E as repetidas madrugadas vão surgir uma atrás da outra, com conversas não faladas da maneira convencional (isto é, com a boca aberta), a cozinha e os ensaios de nossa intimidade. Os toques e as pausas necessárias ao acerto. Ficarão explícitas as nossas descobertas uma a uma, pouco a pouco. Os medos sendo engolidos pelo esquecimento consequente de se estar nesse estado. O estado de ter um pensamento fixo 24 horas por dia. Só desfaça as malas da primeira "viagem", quando nossos pais não estiverem em casa e possamos usar o outro lado do disco. Pelo descuido dos milímetros contados da sua cortina, vamos espiar um pouco os nossos 17-18 anos... Agora me parece muito inconveniente pensar que posso ter acesso a isso daqui a tantos anos assim. Mas podemos mesmo parar para sentir saudades a qualquer hora. As lágrimas dos meus olhos, não podendo sustentar a beleza do mundo sozinhos , vão cair lentamente sobre a minha pele e seus lábios vão recolhê-las devagar. Suas costas vão se unir ao meu peito e nossos fetiches ficarão ali no meio. Estarão guardadas, em algum cantinho da minha vontade, as milhares de vezes que eu não vou falar sobre planos detalhados antes de eles estarem próximos de acontecer. E a verdade, por fim, que é que eu sempre vou ter vontade de dizer. Dizer que você é meu. Que eu não quero que nada te machuque. Que vou tentar parar com essa minha bobice de menina. Que prometo que vou chorar menos. Que você tem os olhos mais bonitos do mundo. Que não vou te soltar nunca. Que eu não gosto dessas menininhas que te seguem por aí. Que eu adoro quando você está deitado em cima de mim sem camisa e eu vejo suas costas. Que eu sinto arrepios quando você diz que me ama mais que tudo. Que eu sinto o que sinto quando vejo o Nando Reis falando da Cássia, porque dentro daquele olhar dá pra ver a parte dele que falta por causa dela. Parece que a voz, os olhos, tudo nele ainda está procurando ela no oxigênio que ele respira. Eu sei que parece bobagem, coisa da minha chatice mensal. Mas não é. É o que eu acho mesmo. E quando a gente vê coisas assim a gente enxerga verdadeiramente, mesmo que por alguns segundos, a simplicidade do que é ter a felicidade nas mãos. E é por isso que às vezes eu sou assim. Muito eu. Muito "quero você pra sempre". Porque eu não quero saber como é não ter você, depois que já te tive. Posso ser insuportavelmente cuidadosa e possessiva, te colocando em todos os detalhes do meu futuro sem ao menos ter perguntado se você quer estar lá. Desculpa. Às vezes sou muito eu. E ser muito eu é no mínimo querer você todos os dias dormindo e acordando ao meu lado. Talvez apenas eu pense assim, que você foi feito sob medida para a minha vida, mas talvez você também pense. Seria bom. E eu te amo. E quero poder te dizer isso todas as manhãs. Quero as suas piadas me fazendo rir da forma mais deliciosa possível sempre. Quero fazer todas as formas de amor e transar com suas músicas. Quero seu cuidado tão insubstituível sobre o meu corpo e a minha alma. Quero conhecer toda a beleza do tempo do seu lado.
Não sei onde vamos morar, quando vamos casar, quantos filhos vamos ter, para onde vamos viajar, onde vamos envelhecer e o que vamos fazer nos intervalos disso tudo, mas só queria te perguntar uma coisa...
Você aceita casar sua vida com a minha?
Isto é, trocar as alianças entre o não saber quando tudo vai acontecer e a promessa de que tudo vai acontecer...
É verdade que eu nunca disse “eu te amo mais que tudo” pra ninguém antes, porque eu sempre prezei a total sinceridade de tais palavras. E parte da minha chatice é um medo absurdo que surge em certas ocasiões de perder a melhor coisa que já tive na minha vida: você. Não acho que isso seja necessariamente “coisa de mulher”. É coisa de ser muito eu. E de querer que você seja muito meu. O amor tem dessas coisas. “Perdoa o drama e não desiste de mim”.


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