Você era um capricho meu

Você era um capricho meu. Mais um. Descobri outro dia que se [trata]va disso.

E eu não continuo mascando um chiclete [já sem sabor] só por mascar, você sabe. Cuspi na lixeira certa. Quero outro. Um de tinto, por favor! Obrigada. Porque só assim eu trago. [Do verbo tragar]

Trago a turnê iniciada. Trago o furacão tatuado. Trago os alvos. Trago só. Trago os livros da promoção. Trago a busca. Trago o seu descaso. Trago o perfume da chuva. Trago o seu descarte. Trago a sua dúvida. Trago o seu desperdício. Trago a novidade. Trago a maratona de séries. Trago o meu drama. Trago os meus excessos. Trago toda a minha desilusão. Só não trago a minha decepção. [Não quero me engasgar]

Trago [talvez] as entrelinhas. [Agora do verbo trazer]

Até viro porto. Ou viro navio. Não viraria âncora. [Só se fosse pingente]

Mas, com um chiclete de tinto eu ficosatisfeita. E eu nunca fico satisfeita com nada. Só quando saio da plataforma e viajo, você sabe.No entanto, não se desespere. Aprecie a solidão. Aprecie a sua turnê.

Porque tudo aquilo que tu negas eu ainda trago. Só que desta vez, não é por [puro] capricho.É por vício. Até quis me espalhar por aí. Para aquecer. Para ventar em você. Para balançar, você sabe. Mas, como com você sempre me senti só,fiz um auê, e agora estou tecendo meu ais. Aguarde os juros. [De arrepiar]

No mais, eu vou indo embora. Vá também. Há palcos e alvos nos quatro cantos, você sabe.

Eu espero que você esteja indo para um lugar que te faça feliz. Mais feliz do que fomos.

Mas. Traga.

Autora: Aliny Albuquerque