Eu sempre te quis, menina. Desde a primeira vez que a vi, com aquele ar de "todos me querem" que você costumava emanar no ambiente. Eu te amei desde seu primeiro gesto de compaixão, quando vi seus olhos marejados diante do sofrimento do outro. Sabe, dizem que a gente sabe quando é pra ser, e nesse tempo que já se passou essa certeza só aumenta.
Foi lindo te ver chorar de alegria com cada conquista, foi enriquecedor fazer parte dessa jornada tão bonita que você vem traçando. Pessoas como você me dão vontade de viver mais, de sair rodopiando pela sala e de até tentar um ou outro passinho num ritmo bom. Você não é a minha metade, você é meu inteiro que perambula por aí.
E nem sei por onde começar: pelo seu cabelo selvagem, pela sua voz imponente, pelos seus belos lábios ou pelas suas pernas tão macias. São pessoas como você que movem e mudam o mundo de pouquinho em pouquinho.
Eu poderia fazer um tcc todinho de cada parte do seu corpo que me intriga e me deixa com vontade de quero mais. Faria um outro sobre o quão complexa e intensa você consegue ser, com todas as verdades no papel e um pouco de blues ao fundo pra melhorar a composição. Será que na banca da vida eles aceitam trilha sonora?
Quando eu estava com outras pessoas eu não conseguia sentir nada do que sinto por você, era quase uma solidão em dupla. Nunca era "aquela mulher", sabe? Era sempre algo sem propósito, meio sem vida. Cê sabe: sexo e tesão a gente consegue fácil com qualquer um, já o amor e propósito de vida não é tão simples de achar em alguém.
E eu sinto sua falta durante os dias em que você não consegue chegar aqui e nem eu posso ir até lá. Sinto falta mesmo, de ficar abraçado com meu travesseiro e tomando um gole ou mais de Guarapan pra ver se o açúcar vai suprir a falta que você me faz.
Forra o chão com uma canga surrada, pega um pedaço de doce e vamos começar a falar sobre as coisas da vida na grama verdinha do parque. Ou então vem pro meu quarto pra que eu te conte as minhas histórias que vão te fazer morrer de rir ou mais. Deixa de lado toda inconveniência e vem ser de novo a menina que canta (escondido) um blues bom.
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