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vendredi 31 janvier 2014

Quando o amor partir

"Amores que se vão sempre deixam um pouco de si."
– Frederico Elboni
Esses dias me perguntaram se dá para viver sem amor. Disse que iria pensar. Perdi o sono, me revirei na cama e não obtive respostas. Acontece que é incerto. É relativo. O mais perto que pude chegar de uma resposta satisfatória não foi bem uma resposta, apenas um raciocínio que me agradou. Acredito que uma pessoa vive sem amor se não experimentá-lo. Penso que amar é um caminho sem volta: depois que você escolhe a via, o máximo que lhe cabe é optar por certos trechos, até mesmo atalhos, mas voltar atrás mesmo, não acredito não. A verdade é que a alma se apega, se apega nessa sensação envolvente do desconhecido: de decifrar a alma do outro. O peito gosta é de bater forte. A barriga prefere graus negativos. E o coração, bem, o coração prefere insistir, sofrer, lutar, mas desistir de um amor, não. E se desistiu, não era amor.
As pessoas se confundem quando estão apaixonadas.
A paixão traz muitas das sensações que o amor por si só é definido. A paixão é o desejo intenso, é o corpo falando muito mais alto que o coração. A paixão pode ser incontrolável, mas o amor não. O amor é sutil, íntimo, intrínseco e só acontece quando dois corações se permitem. Quem ama sozinho não ama por completo. Porque o amor exige carinho no toque, saudade na ausência e respeito no silêncio. O amor fala sozinho e só corações que verdadeiramente se amam possibilitam que o sentimento seja a essência de cada gesto, cada atitude e cada palavra com o outro. O amor é cauteloso e delicado, e por si só basta. A paixão não. A paixão atrofia com a partida, esgota-se na carência e definha na saudade. Quem se apaixona esquece, mas quem ama, mesmo com o tempo, guarda nas lembranças mais remotas e profundas o gosto do amor. Ainda assim, acredito que uma pessoa possa amar inúmeras vezes, apenas de formas diferentes. Quem ama uma vez, se vê vazio na falta do amor, em toda a sua completude.
Quem já amou não é mais o mesmo. Porque o amor se faz presente, ainda que despercebido, como uma discreta marca em um papel alumínio. E por fim, quando o amor partir, as memórias são a certeza dos amantes de que a vida não se completa na falta de um amor, mas na falta da ação, do sentir, do verbo: amar.
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