
Eu sei menino, nós erramos. De novo.
E nem dava mais para a gente se iludir. Estávamos caindo no mesmo buraco, depois de tentar sair dele inúmeras vezes. Odeio ter que admitir isso, mas você estava certo. Aquilo que nos move, numa incessante busca por nós mesmos, também é o desejo que nos repele, que faz-me olhar para você numa intensidade febril e pensar nos piores palavrões possíveis. Mas já não me importava, você estava ali, há poucos metros de mim, com um pedido de desculpas enrolado num buquê de lisiantos. Se aquilo não fosse o suficiente para dissipar toda a mágoa que emanava de mim, que seja pela tua não-palavra, quando o silêncio soou mais alto para nós dois, pedindo menos verbos e mais ações.
Mais que um abraço, eu precisava de ti.
Na proeza da nossa existência, sentindo falta até mesmo das pequenas coisas, ligamos a tv, sem se preocupar com o brilho e os ruídos que vinham dela. O clarão maior vinha dos nossos olhos. Você conseguiu ouvir? Nossos corações. E foram expectativas para o futuro, sonhos, medos, esperança. Aquela velha piada que ainda te faz rir e a nossa música que sempre me faz chorar. Mas mal sabíamos do que o destino era capaz de nos reservar, porque nossa história acabaria ali. Por desistência de um amor no exato instante que nos descobrimos: desconhecidos.
Mais que um abraço, eu precisava de ti.
Na proeza da nossa existência, sentindo falta até mesmo das pequenas coisas, ligamos a tv, sem se preocupar com o brilho e os ruídos que vinham dela. O clarão maior vinha dos nossos olhos. Você conseguiu ouvir? Nossos corações. E foram expectativas para o futuro, sonhos, medos, esperança. Aquela velha piada que ainda te faz rir e a nossa música que sempre me faz chorar. Mas mal sabíamos do que o destino era capaz de nos reservar, porque nossa história acabaria ali. Por desistência de um amor no exato instante que nos descobrimos: desconhecidos.
Nos permitimos escolher o que sentimos, deixei você seguir seu caminho. Já não era mais para ser. O último suspiro ressoou do meu peito em alívio, enquanto uma sensação de melancolia tomava-me aos poucos, entre os espaços já não preenchidos por nós. Confesso: tive medo. Se nós nos amávamos tanto assim, incondicionalmente, quais os motivos do nosso fim? A resposta veio antes que minhas emoções pudessem se manifestar. O erro era justamente esse: nós nunca nos amamos.
Não de verdade.
Amei-te assim como não duvido do teu amor por mim. Mas nós dois jamais nos amamos. À tempos diferentes sim, juntos não. E isso sufocou-me, matando-me aos poucos, na oportunidade que a mente atenta percebia um detalhe minucioso. O ímpeto daquele instante em que declaramos o término de mais uma falha de nossas vidas, foi agarrar-me em teus braços, e na mesma não-palavra, implorar por piedade – me abraça forte. Em meio das nossas inconstâncias, a breve lágrima parou relutante no queixo, sem cair antes que você a limpasse. O gesto simbólico daquilo que não deixei de sentir – mais uma vez – por você. Soube que jamais agiu por indiferença, mas esse seu jeito de muito silêncio sempre me tranquilizou de alguma forma.
O problema é que por isso você já não me surpreende.
Eu sei o que você diria e até mesmo quando deixaria um espaço vago entre nós. Nenhuma lágrima a mais, apenas aquela. Acompanhada do último abraço e de sorrisos que afrontavam a nossa fragilidade, você soltou minha mão. E eu disse que poderíamos ser bons amigos. Mesmo que já não fosse tão verdade assim, dizer-lhe adeus foi um mártir para mim. Nunca estive preparada para isso. E quando isso for suficiente, volta para mim. Acaba com esse vazio, diga o que ainda sente – erre por amor a nós dois. De novo. Nem ao menos esse silêncio... já não faz sentido sem você.
Não de verdade.
Amei-te assim como não duvido do teu amor por mim. Mas nós dois jamais nos amamos. À tempos diferentes sim, juntos não. E isso sufocou-me, matando-me aos poucos, na oportunidade que a mente atenta percebia um detalhe minucioso. O ímpeto daquele instante em que declaramos o término de mais uma falha de nossas vidas, foi agarrar-me em teus braços, e na mesma não-palavra, implorar por piedade – me abraça forte. Em meio das nossas inconstâncias, a breve lágrima parou relutante no queixo, sem cair antes que você a limpasse. O gesto simbólico daquilo que não deixei de sentir – mais uma vez – por você. Soube que jamais agiu por indiferença, mas esse seu jeito de muito silêncio sempre me tranquilizou de alguma forma.
O problema é que por isso você já não me surpreende.
Eu sei o que você diria e até mesmo quando deixaria um espaço vago entre nós. Nenhuma lágrima a mais, apenas aquela. Acompanhada do último abraço e de sorrisos que afrontavam a nossa fragilidade, você soltou minha mão. E eu disse que poderíamos ser bons amigos. Mesmo que já não fosse tão verdade assim, dizer-lhe adeus foi um mártir para mim. Nunca estive preparada para isso. E quando isso for suficiente, volta para mim. Acaba com esse vazio, diga o que ainda sente – erre por amor a nós dois. De novo. Nem ao menos esse silêncio... já não faz sentido sem você.
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