
Respirar o amor no ar. Entregar o corpo ao mar. Enxugar os excessos. Transformar mágoas. Navegar noutras águas. Do demasiado, o mínimo. Da poesia, o ritmo. Mudar de atitude, abraçar virtudes. Sentir o som, ficar em silêncio. Lutar por uma causa, e aqui, uma pausa.
Será o que, a não ser amor?
É um peito tintilando. É um ruído dos pensamentos, a lembrança, a memória. A justificativa, o princípio, um motivo. Um sorriso, um pranto, um dia sem sentido. O movimento e a permanência. A vontade, a força, a verdade. São mãos trêmulas a suarem frias.
Será o que, a não ser amor?
Destrona arrogâncias. Revelam infâncias. Levam aos pulmões, a fragrância. Da química, a substância: como alguém faz-me sentir assim? O efeito e todas as suas reações. Os possíveis causadores, e as vítimas incertas. Despreparo, desapego, lá na frente, o desastre. No transe, inúmeras crises. Diversas dúvidas, e alto lá, arrependimentos. São os olhos na noite sem pregar, e o coração, de pulso lento, acelerar ao ver o rosto de alguém assim... tão indefinível.
Será o que, a não ser amor?
É o cheiro que penetra na alma, e leva a constância do sentimento. O perfume certo na pele, a pele de um certo perfume. Mais do que perceptível, é visível. Sentes, tocas, envolta-se todo nele: ah, o amor. O corpo em manifesto, o vazio é mais saudade do que fome. Desejar perto, rir, sem anseios, do sorriso de quem te faz realmente feliz. Revelado, apertado, e enfim cicatrizado. Da dor, vem-se lá as marcas. Do imprevisível e inimaginável, o gosto do surpreendente. De tanto, chamam de perfeição, mesmo defeituoso. Num moldar suave, assim, devagarinho, faz-se eterno, quando verdadeiro. Será o que, a não ser amor?
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