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adstera

mercredi 18 novembre 2015

Queria apenas um pedaço meu existindo em você...


A verdade é que eu nunca soube lidar com sua partida. Aqui dentro tudo se alagou. Eu pensei em colar os buraquinhos do meu barco, ou retirar a água com um balde... Mas preferi sentar e esperar.
Quando cortei meu dedo, só queria que você cuidasse, mas não se importou. Doeu... É de praxe. A dor maior foi sua partida, você não pensou duas vezes em simplesmente ir, sem avisar, vai se importar com meu corte? Se a maior ferida você deixou exposta quando se foi.
Notei o quão insignificante fui, quando cheguei em casa e você tinha carregado todo seu caos e não se arriscou em um rabisco com alguma despedida: oi, não a amo. Adeus. Depois chorei. Um choro que não parou até hoje. A dor que não se calou. O corte aumentou. E sei que não vai voltar pra cuidar e nem pra me salvar.
Fui tão tola, que aceitei amar sozinha, mas no fundo sempre soube que não daria certo. Amor é comunhão, é plural e todo tempo ao seu lado eu fui singular. E de você recebi apenas migalhas. Não sou o pombo que você alimentava com restos de pipocas, daquela praça que você costumava ir quando pequeno.
Quero intensidade, quero ser plural. E quero, quer dizer, não quero que volte pra me salvar. Quando eu quiser sair, nado até a beira, sozinha, como sempre faço. Quero só esquecer que existo. Que existimos.


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