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adstera

mercredi 11 janvier 2012

Inaudível

O mundo deu mais uma volta depois de tantas outras. O que me resta nem ao menos sei. Enquanto tudo roda, só penso quando vou poder parar. Ei, mundo, quero descer! Mas ninguém me ouve. Tenho a sensação de que por mais que eu tente gritar, minha voz se prostra inaudível. Fico imóvel, incapacitada e refém de tudo aquilo que procurei. 
Não me deixe ir mais uma vez. 
Peça para eu ficar e diga tudo que eu sempre quis ouvir. Mas nunca digo, apenas repito histórias que nunca vão acontecer. A coragem me falta, a respiração me falha. Estou presa onde não sei como cheguei, tampouco encontro a saída. Mas não sei como tirá-lo da minha mente. Às vezes minhas emoções são tão traiçoeiras, que quase sinto, no próprio ímpeto da abstinência, o exalar da essência que mais me vicia. 
Não me deixe ir mais uma vez. 
Mas vou, insistindo contra mim para não o fazê-lo de novo. Eu sei, eu sei... Lá no fim, quando eu puder apenas arrepender, sem voltar atrás. Olho, num último instante, para ainda sentir tua presença. Quando sinto que não há mais nada o que fazer, seco a lágrima que rolou no último segundo. A liberdade que ansiei não tem o gosto que desejei. Eu quero ficar, eu quero! Mas não posso, não devo. Mas eu cansei. Estou exausta. Desisto de lutar contra essa vontade de ficar, pelo estúpido fato de que eu inegavelmente o amo. Não que eu seja assim tão dependente, mas uma parte de mim sempre implora por um pouco mais. Nunca é demais. Ele é sempre suficiente.
Mas assim que os últimos sinas dele desapareceram no horizonte, eu me arrependi de não ter insistido em fazer isso dar certo. Nunca dá certo. Eu parti mais uma vez, deixando-o com mais um pedaço de mim. Sigo destruída, porém inteira. E é exatamente por isso que sempre vou, sem olhar para trás. Tem coisas que eu só faço por algo tão estúpido quanto ele. E faço sem pensar, mas tenho certeza: todas as vezes que fiz foi por amor.
E essa é mais uma volta que o meu mundo deu. Ainda não consegui descer. Conheci o amor transformado em dor. Se fosse preciso, eu voltaria atrás. Agora arde  sem ninguém ver. Meu peito ainda guarda as feridas que ele fez. Gritos inaudíveis ainda me importunam. Então, simples assim, por mais um medo idiota de dizer aquilo que sentia, eu parti, sem nunca querer ter dito adeus um dia.

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